terça-feira, 25 de setembro de 2007

Fiquem mais tempo



O presidente do Sporting Filipe Soares Franco pediu aos sócios do Sporting que apelassem ao coração dos jovens talentos para os segurar mais tempo em Alvalade quando, no passado Domingo, se deslocou ao Núcleo Sportinguista de Vendas Novas para a comemoração do seu 7.º Aniversário. Disse ainda o presidente que «o Sporting é um projecto desportivo e produz talentos para ter êxito desportivo» e estes «são património do Sporting» e, por isso, pediu aos sportinguistas «que lhes manifestem o desejo que têm em que eles fiquem mais tempo, pois nós amamo-los. Não somos uma fábrica que faz talentos para os vender. Precisamos de ter condições para poder investir, segurar cá os talentos e ganhar».

Pois bem, eu, à falta de poder fazer isso directamente aos jogadores, faço aqui a minha parte. Peço a Veloso e a Moutinho que fiquem mais tempo. E, de caminho, peço também ao Yannick, Adrien, Pereirinha, Paulo Renato e Rui Patrício que fiquem também.

Peço que fiquem da mesma forma que pediria o mesmo ao Nani, ao Miguel Garcia, ao Semedo ou até mesmo ao Custódio. Estava, inclusive, na disposição de pedir ao Carlos Martins que ficasse (para se "endireitar" de vez e ajustar as tais contas connosco) ou ao Varela porque precisamos de avançados como ele. Até porque ainda estou para saber se, quem veio para o lugar deles, será melhor, pelo que preferimos sempre que fique o "nosso património".

Mas esta direcção não sabe o que é "ficar com património", pois, não obstante a recusa dos sócios em Assembleia Geral, teimou vendê-lo, mesmo sob ameaça de saída, arranjando um estratagema para o fazer.

Peço a eles que fiquem da mesma forma que teria pedido ao Hugo Viana que ficasse em vez de ir para o Newcastle, pois era muito cedo, nem tinha feito uma época completa e eu tinha gostado muito de o ver jogar nos juvenis e ao Ronaldo porque o Quaresma tinha saído e não poderíamos ficar sem os dois e era tão cedo para ir para Inglaterra... E ao Quaresma teria pedido para ficar porque ainda lhe faltava ganhar maturidade para se afirmar no Barcelona como acontecera com o Simão. E até teria pedido a este para não ir porque iríamos ser campeões para a época seguinte...de certeza...e teria, mais tarde, sempre possibilidade de ir para Espanha.

E é a esta crença que a(s) direcção(ões) do Sporting lança mão quando não sabe o que fazer. É a nós que apela quando não sabe mais para onde se virar. É à massa adepta do Sporting, que acreditava que "este ano é que é" (e éramos alvo de chacota por causa disso) e enchia Alvalade a cada início de época, para, depois, esmorecer no Natal (e éramos também alvo de chacota por causa disso).

E só descobriram que o Sporting "produzia talentos para ter êxito desportivo" depois de muitos sportinguistas se deliciarem ontem com estes jogadores crescendo nos campos de treino de Alvalade, onde, agora, se ergue o novo estádio, não se preocupando se esses mesmos sportinguistas podem hoje ir ver outros talentos do lado de lá do rio, não proporcionando condições para tantos e tantos adeptos poderem ir lá vê-los jogar (afinal custaria assim tanto providenciar transporte?).

Será mesmo que os "nossos" jogadores precisam que nós lhe digamos que queremos contar com eles? Será que eles não o sentem no apoio que lhes damos? Na crença que depositamos em cada um que desponta? Mas seremos mesmo nós que temos de ouvir que o Sporting não é «uma fábrica que faz talentos para os vender» e que «precisamos de ter condições para poder investir, segurar cá os talentos e ganhar»?

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