Desde há uns anos que nos habituámos a ouvir e ler muita coisa sobre projectos, nomeadamente o mediático “project finance”. Desde o incontestado (não sei pq?*) Presidente Roquette que, claramente a linguagem no/do futebol parece ter mudado.
Se por um lado me agrada a ideia de tornar a gestão dos clubes e do futebol mais profissional e, provavelmente, mais responsável e séria, por outro lado parece que se perde alguma coisa, pois nem tudo o que são mudanças, são-no para melhor, que é o que todos esperaríamos. Estas mudanças apenas parecem motivadas pelos “números”.
Quando nós confiamos em determinado gestor para gerir os destinos da “nossa” empresa e também clube, neste caso, achamos que terá mais conhecimento, experiência e mais capacidades para, com engenharias financeiras ou simples rigores na gestão, conseguir ir endireitando as contas e as finanças da instituição – mostrando-nos resultados (a todos os níveis).
Mas, nem sempre as coisas parecem correr bem, já que, por diversas vezes no Sporting, os tais projectos falham e ninguém diz/faz absolutamente nada!? Será que estes consensos são saudáveis? Não me parece! Mas…enfim, também não se quer pensar em branqueamento de insucessos…espero!
Como todos os economistas sabem, existem várias estratégias financeiras para se equilibrar as contas de uma empresa, seja ela SAD (Sociedade Anónima Desportiva – mas também pode ser Saúde, Amor e Dinheiro(:-)), seja ela um “simples e tradicional” clube. Se por um lado temos que, obviamente, reduzir nas despesas, por outro lado temos que ter engenho e arte, para descobrirmos formas de aumentar as receitas, com o objectivo de podermos continuar a investir e a ter um clube bem vivo e dinâmico e que agrade os seus simpatizantes, associados e accionistas, continuando a ser útil à sociedade e ao país onde se insere.
Devo aqui lembrar que não fui eu que disse, que a opção pela construção de um centro comercial, uma clínica e um ginásio, entre outros equipamentos – em detrimento, se calhar de um estádio “mais voltado” para o desporto – que é para isso que servem os clubes, pelo menos os que eu conhecia no passado, serviriam para o clube não estar dependente da bola que vai ao poste e não entra. Assumo: Na altura, conscientemente, concordei com esta ideia e estratégia.
Pouco tempo depois chega-se à conclusão que já não serve? Será esta conclusão leviana e precipitada? Será que ninguém assume que o tal projecto, que ainda continua “de pé” foi um fracasso? Ou será que toda a gestão não tem sido a melhor? Porque não dar a gerir a quem sabe da “poda”, em vez se desistir e, simplesmente, vender a "torto e direito". Os dados parecem, de facto, objectivos. Podemos concluir que, engenho e arte são coisas que não têm abundado pelas bandas de Alvalade. - Questiono-o com toda a frontalidade!
Parece que o “único” tiro certeiro foi a construção da Academia de Alcochete, depois disso, desde a construção deste estádio, que está longe de ser “perfeito”, aos “negócios” dos terrenos com a CML, à decisão da não construção de um pavilhão “para jogos oficiais”, à decisão de não construção de uma pista de atletismo, nem no centro de estágio - quando temos a modalidade mais premiada no SCP, ao nível de clubes em toda a Europa, à decisão de construção de um centro comercial, à decisão do enceramento de algumas modalidades** “amadoras”, que muito nos faziam vibrar em tempos idos, à localização do bingo, afinal onde é que "fica", entre outras decisões estratégicas.
Será que meia dizia de anos depois, tudo isto deixa de ter validade, deixa de servir, é desajustado à realidade do clube? Alguém falhou! Quem é que falhou? Não ouvi falar de nada!
Alienar património para reduzir o passivo, baixar os juros, pagar algumas dívidas? Isto era o que qualquer mau aluno de economia e gestão faria naquele lugar. Até “moi-meme”, que sou de outras áreas, conseguiria fazer tudo isto.
O que todos nós esperávamos era que, aquilo que foram projectos, propostos e apoiados por grandes maiorias, desde há poucos anos atrás, se mantivessem em pé e não estivessem sempre a ser postos em causa, até pelos mesmos que estiveram na sua origem.
Estou, nesta fase, um pouco mais baralhado, triste e pobre, tal como o meu clube do coração.
Nota: Leiam a entrevista dada na última Visão, do Presidente FSF e digam-me de vossa justiça…sim, aquele que não queria ser presidente, sim, aquele que queria um clube só com futebol e sem modalidades, sim, aquele que só vai uma hora por dia ao clube e diz que já está cansado das viagens de carro a acompanhar a equipa, etc. Por momentos, bem lá no passado recente, pensei que seria uma boa opção para substituir o ADC, mas…já começo a ter saudades.
*Na minha opinião também tem muitas culpas no “cartório". Abordaremos noutras “núpcias”, esta temática.
** Mais uma que tem que ser bem discutida no seio (uiiii) dos sportinguistas.
Saudações leoninas, mas acima de tudo desportivas,
Afiando Garras
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