domingo, 12 de agosto de 2007

Is My Love



Antes de mais uma confissão. Acabei há pouco de lavar os dentes e não o fazia desde sexta-feira. Não foi nenhuma superstição, mas, assim que acabei de jantar, fui ver o jogo que nos deu a vitória na Supertaça e, desde essa altura até há pouco, andei a desfrutar do sabor que ela me deixou na boca, inclusive nos interstícios dos dentes.

Quando tudo apontava para um prolongamento (devido à sensaboria reinante que os novos teóricos do futebol designam por "jogo muito táctico"), eis que surge um dos quatro novos reforços do 11 do Sporting (e dos 22 em campo, já que o Porto optou por usar "prata da casa") a dar um pontapé no marasmo e a resolver a questão. Suspeito que dificilmente voltaremos a ver um pontapé tremendo daqueles. Espero que esteja enganado, mas o Izmailov ainda não percebeu (porque chegou há pouco tempo e nem sequer percebe português) que no Sporting existe um gosto estranho em entrar com a bola pela baliza dentro. Oxalá não (des)aprenda...

Mas porque é que uma vitória assim, decidida com um pontapé feliz e confirmada pela "santinha" do Stojkovic (que me parece bem mais milagreira que a do Ricardo, a julgar por aquele pontapé ao poste do "poste" polaco) em dá assim tanto prazer?

Porque passei anos (sim, ANOS) a ver isto acontecer em jogos com o Porto, mas ao contrário. E até estas declarações do Adriano («Fizemos um bom jogo e um pontapé do adversário decretou a nossa derrota. Jogámos bem e tivemos oportunidades claras para marcar. Eu fui impedido de fazer um golo»; «O penalty é lógico que acontece. Nós dissemos para o árbitro que houve irregularidade, mas ele fingiu que não nos ouvia e que nada aconteceu. Segue o lance como se não fosse nada. Em mim não marcou uma falta. Não sei o que é que eu lhe fiz que ele não marcou uma falta sobre mim») e estas do treinador do Porto («O F.C. Porto foi a equipa que mais teve controlo e a que mais quis ganhar»; «O Sporting defende bem, ficou sempre muito atrás, muito equilibrada. Quase não teve oportunidades, o F.C. Porto teve. Foi um bom jogo para o momento em que estamos»; «O F.C. Porto foi capaz de retirar eficácia ao meio-campo do Sporting. Os seus atacantes quase não criaram oportunidades. Mas fica certa mágoa pelo resultado») me soam a "déjà-vu"...

O resultado. Ah, pois, o resultado! Essa coisa que conta e que fica para a história.

Porque quanto ao resto, nem o Porto fez um bom jogo, nem o Adriano foi impedido de fazer um golo, nem é lógico que o penalty acontece (porque é um caso típico de "bola na mão" e não "acontece" penalty nenhum)...e que dizer da parte em que o Adriano se chora?

Já quanto às declarações de Jesualdo Ferreira (mais oportunidades? Nem três bolas ao poste foram - uma estava fora-de-jogo - e nem um cantinho tiveram...), parece-me que ele se está a candidatar seriamente ao prémio «José Peseiro» desta época. Deixo-lhe até uma dica: «tivemos mais posse de bola, controlámos o jogo, mas o adversário foi mais feliz». Espero que não pague direitos de autor.

Quanto ao nosso mister, porque na semana que antecede a 2.ª jornada do campeonato não lhe devo poder dizer isto, queria só lembrá-lo para, nessa altura, quando for de viagem, não se esquecer da escova de dentes!

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