sábado, 25 de agosto de 2007

Academia

(poema - autógrafo para Domingos Matos)

Muitas vezes vou cedo chego primeiro
Com a fábrica de sonhos inda fechada
Ainda a relva tem a água do nevoeiro
Ainda a terra tem a frescura da geada

Chego cedo para ter tempo e perceber
A voz da terra que sobe com lentidão
Para respirar a sua postura de mulher
Em sementeiras de ternura e de paixão

Muitas vezes vou cedo chego primeiro
Aqui tudo tem mais peso, mais verdade
Nesta terra nascida dum gesto pioneiro
Secar pântanos para fazer uma herdade

Aqui se fazem as melhores sementeiras
De tudo o que é grande e é mais puro
A escola não tem muros ou fronteiras
Os alunos conjugam verbos no futuro

José do Carmo Francisco

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