sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O verdadeiro...Zé da Europa



Estávamos no dia 22 de Novembro de 1997.

Dia de anos da minha mãe. Dia de entrega de emblemas de 25 anos de sócio aos dois membros "mais velhos" da família. Dia de jogo contra o Estrela da Amadora.

Só motivos para festejar em Alvalade. O almoço foi na Churrasqueira, claro está...

Quando nos dirigíamos para lá, com os dois "sócios de prata" devidamente "certificados", vejo, ao longe, no parque de estacionamento que existia ao lado do pavilhão velho uma face que me parece familiar.

O penteado "de brilhantina", o andar titubeante, um célebre sorriso de esgar, que talvez, na altura, se devesse mais à dificuldade em andar do que àquele que tinha nas fotografias. Passou por mim e não tinha dúvidas - era José Travassos que se dirigia já para o estádio.

Não pude deixar de pensar que o alcatrão que pisava com dificuldade, em tempos fora a terra batida onde exibira toda a sua técnica e qualidade, como interior direito, "tocando" com os restantes quatro magistralmente o "violino", o que, infelizmente, nunca pude observar.

Depois deste dia, só o "vi" mais uma vez na TV numa gala d'«A Bola», no palco, em cadeira de rodas.

Hoje faria 86 anos que nascera onde, mais tarde, foi a Bancada Nova do Estádio José de Alvalade. Quis o destino que nos deixasse fisicamente 10 dias antes de completar 80 anos. Deixar fisicamente "apenas", porque a alma de José António Barreto Travassos está imortalizada na história do futebol do Sporting e de Portugal.

O mesmo sentimento assolou-me dessas duas vezes: há quem nunca deveria envelhecer porque "permanece" eternamente como a foto acima demonstra...

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