terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Iordanov 1 - Sporting 0



Chegou a Lisboa e ao Sporting em 1991 e ainda me recordo da forma como Sousa Cintra interrompeu um «meeting» de atletismo com a presença do mítico Serguei Bubka para apresentar um jovem jogador Búlgaro, com ar tímido e humilde.

Com o passar dos anos foi ganhando o respeito dos exigentes adeptos do nosso clube. Mesmo dividindo opiniões, em algo foram sempre unânimes: no profissionalismo e na entrega com que se bateu envergando a camisola do Sporting.

A final da Taça de Portugal de 1995 foi o palco de um duelo fantástico entre ele e o guarda-redes do Marítimo - Ewerton. Ainda assim marcou os dois golos da vitória.

Foi ele quem foi içado numa grua, em 2000, para pôr um cachecol do Sporting no pescoço da estátua do Marquês de Pombal.

O seu espírito lutador permitiu-lhe enfrentar uma doença traiçoeira e terrível com a mesma combatividade que punha em campo e, ainda assim, enfrentar um comentário súcio de quem deveria ser das últimas pessoas a fazê-lo, ainda para mais representando o clube.

Foi um primeiro indício. Ontem, Ivailo Stoimenov Iordanov viu reconhecida a sua pretensão pelo Tribunal do Trabalho de Lisboa que condenou o Sporting a conceder-lhe algo que deveria ter sido feito de boa vontade e como acordado - um jogo de homenagem. O Sporting terá de apresentar um projecto para o jogo (data do evento, lista de convidados, publicidade), sob pena de começar a pagar sanção compulsória de mil euros por dia de atraso.

«Yordanov é credor do respeito e admiração de todos os sportinguistas. Veio de longe mas ama a camisola sportinguista como qualquer adepto do Clube». Trata-se de uma citação da «Enciclopédia Fundamental do Sporting».

Apesar de ser um direito que lhe assiste, espero que o Sporting cumpra a decisão e se abstenha de recorrer. Temos de ser coerentes com aquilo que dizemos e agir em conformidade.

Sob pena de não nos restar um pingo de dignidade...

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