quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Os Presidentes d’A Bola


Sob pena de pecar por tardio, não queria deixar passar em branco o almoço que, sob a égide e a jactância do jornal «A Bola», reuniu Filipe Soares Franco e Luís Filipe Vieira.

No sábado do derby Benfica-Sporting, sob o pretexto da comemoração do suposto (pelas razões já aqui afloradas pelo jcfrancisco) centésimo confronto, teve lugar a “primeira parte” do almoço. Na segunda-feira seguinte, dia 1 de Outubro, o “brinde final” sob o lema «É preciso mudar pessoas».

Nada mais indicado, diria eu. No que me respeita, mudaria já uma dessas pessoas. O presidente do Sporting, mais uma vez, não esteve à altura do cargo que tem.

Comemora 100 anos de um derby que envolve um clube que nasceu por fusão em 1908 e que, apesar de poder querer que a sua data de fundação tenha efeitos retroactivos, por altura da fundação de um dos clubes que esteve na sua origem, nunca poderá querer uma impossibilidade – ter jogado um jogo em 1907 quando só passou a existir em 1908.

Depois aparece numa foto de 1.ª página a brindar com o presidente do Benfica, sob o lema já falado, com citações de ambos sobre as arbitragens e em outras fotos com apertos de mão ao seu confrade (e legendas a condizer) e ainda com frases de elogio a este em que elogia o seu mérito na conquista de novos associados. Algo para que, diga-se, o presidente do Sporting nunca se deu ao trabalho de gastar 1 dos seus 60 minutos diários que dedica ao clube.

O resultado deste encontro foi, como se esperaria, a piadinha do costume vinda do Norte, sobre brindes e alianças, à qual o presidente do Sporting fez questão de reagir publicamente “clarificando” a sua posição e fazendo fraca figura por motivos que só não são óbvios a ele.

Uma palavra ainda para o jornal «A Bola». Em editoriais que motivaram trocas antigas de galhardetes devido a “outras guerras”, o director do jornal compara o “almoço dos presidentes” no mundo do jornalismo desportivo com o que seria um almoço entre primeiro-ministro e líder da oposição no campo do jornalismo generalista. Fraca comparação, pois, nesse caso, os comensais teriam de ser outros…ou pelo menos um deles! Faria melhor o director d’A Bola se estivesse mais preocupado com que não sabe conjugar o verbo “estar” e o verbo “ter” e que permite que uma frase dita por Luís Filipe Vieira saia transcrita assim «Dias da Cunha sabe o que eu colaborei com ele naquilo que levantou, sem dizer nada a ninguém. É verdade que se nós tivéssemos de braço dado nesta mesma luta, em conjunto tínhamos dado a volta a esta brincadeira».

O que é um facto é que ele não andou de “braço dado” e, pelo meio, ainda conseguiu um campeonato, talvez aquele que mais me custou a perder desde que me lembro de ver o Sporting jogar.

Vamos ver o que nos irá custar este almoço do actual presidente agora que se irá iniciar um novo ciclo competitivo...

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