terça-feira, 2 de outubro de 2007

Basta!



Já chega! Estou farto! Chegámos à sexta jornada ainda a falar do "caso" da segunda jornada contra o Porto (com divulgação da carta da Liga) e agora a tendência é arrastar os "casos" desta sexta jornada até sei lá quando...

Que mania parva temos em Portugal de andarmos a discutir estas futilidades. Os clubes não se podem queixar da falta de público quando são eles que "intoxicam" a opinião pública com tanta suspeição e inundam os "media" com este tipo de situações e apitos para esquerda ou para a direita.

Uma coisa é o direito à indignação. Outra é exaurir esse direito. E é nesta fase em que estamos. Em especial no Sporting.

A minha mãe, na minha adolescência, disse-me que eu pensava que podia mudar o mundo. Hoje, passados que estão praticamente o dobro dos anos desde que ouvi isso, sei que não posso mudar o mundo, descobri (até da pior forma) que o mundo é que nos muda a nós, mas tenho a ideia parva de ainda conseguir mudar algumas coisas. Chamem-me ingénuo.

Gostaria, por exemplo, que em todos os jogos que o Sporting fosse prejudicado pela arbitragem, acontecesse como aconteceu na Reboleira. Ai roubaram-nos 2 penalties? Não precisamos! Ganhamos 2-0. O adversário marcou um golo com a mão? Nós marcamos 2 com o pé! Não era penalty e o árbitro marcou? O guarda-redes defende (como o ano passado contra o Marítimo)!
E por aí adiante. E, se pelo contrário, o árbitro nos beneficiasse com um penalty escandoloso que não era, devíamos atirar a bola para fora porque éramos tão superiores que não necessitávamos disso!

Nós que durante anos (uma década?) temos um historial de roubos de igreja que os árbitros nos fizeram, para que a luta pelo campeonato fosse Porto/Benfica, nunca deixámos de ter esta propensão para dar tiros nos pés e contribuir para que essa luta fosse só a dois. Convenhamos uma coisa: quando há um Acosta a marcar golos decisivos ou um Jardel a facturar 42 golos não há árbitro que resista! Já devíamos, há muito, de estar mentalizados que entramos em campo para jogar contra 14 e fazer disso um factor extra de motivação em cada jogo. Se tudo correr bem, melhor. Se não correr, estamos prontos para o que der e vier.

E mesmo se lutámos até à última gota de suor contra o adversário (e outros factores para além deste) e, no final, não conseguimos ganhar, ainda assim daremos uma imagem positiva, transmitiremos uma mensagem para os nossos adversários de resistência às dificuldades e ganharemos um maior espírito de grupo, pois é nas adversidades que ele se constrói melhor.

Depois, quando chegamos aos jogos "a doer", como hoje, na Liga dos Campeões, em que interessa ser prático, rápido, objectivo e eficaz, ficamos à espera que o árbitro marque aquelas faltinhas da treta (como fazem no nosso campeonato) e acaba um jogador nosso por ver amarelo por simulação a meio-campo quando sofreu mesmo falta (como aconteceu contra o Manchester com o Romagnoli).

Segundo reza um provérbio oriental «Com as pedras que me atiram construo o meu castelo»

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