Há cerca de um ano perguntaram-me qual tinha sido para mim o melhor presidente do Sporting. Respondi sem hesitar: “João Rocha”.
Logo o meu interlocutor me disse que estava enganado, que essa era a imagem que geralmente as pessoas tinham, mas ele que já tinha passado por várias Direcções leoninas, de João Rocha e de Amado de Freitas, não concordava. Como quem “está no convento é que sabe o que lá vai dentro”, não adiantei mais nada à conversa, pois sendo um mero sócio, adepto e sofredor leonino e não estando nos bastidores do clube, não tinha dados para argumentar.
Mas “puxando a brasa à minha sardinha” e recordando os tempos de presidência de João Rocha, lembro-me das diversas modalidades que tínhamos e onde jogávamos sempre para vencer e não para lugares no meio da tabela como fazemos hoje nas poucas modalidades que ainda nos resta.
Sábado à tarde ou Domingo de manhã no Estádio ou nos campos anexos a ele, jogavam as camadas jovens do clube e havia muita gente a apoiar.
Íamos ao extinto pavilhão de Alvalade, acompanhar o hóquei em patins, o basquetebol, o andebol, o voleibol. O ciclismo era uma das modalidades mais populares com Agostinho a fazer vibrar os nossos corações. No atletismo Lopes era invencível. A ginástica movimentava milhares de atletas com a coordenação do Prof. Reis Pinto
No hóquei éramos imbatíveis, no andebol fomos pentacampeões, o basquetebol ganhava títulos, e quando o futebol ajudava à festa, saíamos de Alvalade de “papo cheio”.
Hoje resta a saudade. Pavilhão não temos. Hóquei também não. Voleibol e basquetebol muito menos. O andebol está a jogar para o meio da tabela, o futsal para ficar o melhor classificado possível. Do futebol já todos sabemos como vai.
Não sei se João Rocha foi o melhor presidente do Sporting (até acredito que não fosse), só sei que quando entravámos em campo, fosse em que modalidade fosse, era para ganhar, era para discutir os campeonatos com os nossos rivais. O estádio estava cheio (e não havia gameboxes vendidas antecipadamente) e no pavilhão era a abarrotar.
Agora as camadas jovens jogam em Alcochete e ninguém disponibiliza uns autocarros para quem quiser ir apoiar os miúdos, o futsal e o andebol jogam por aí, onde Deus quer, em Loures, nos Olivais, no Casal Vistoso.
Fica a saudade, do clube eclético que éramos, dos títulos que não ganhamos, do que tínhamos e desbaratámos em nome de um projecto que iria fazer o futebol voltar aos seus dias de glória.
De João Rocha a Soares Franco, tudo mudou e se transformou, o Estádio, o equipamento e até o emblema. De João Rocha a Soares Franco uma coisa ficou, contínuo a ir bola com os mesmos companheiros de sempre, o meu pai e o meu irmão.
Ah! Mas agora vai também connosco o meu primo. Então é mesmo verdade, de João Rocha a Soares Franco, já nada é igual.
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