Foto: Vítor Chi (Record)
O Sr. Carlos Freitas achou que seria altura, depois do Sporting (esperamos) ter atravessado uma fase menos boa, de limpar a sua imagem e desatar a dar entrevistas, começando pelo canal em que tem os melhores contactos e acabando nos jornais em que colaborou.
Resta-lhe a prova fácil que se traduz nas respostas que ele dará aos adeptos do Sporting às perguntas que lhe farão através do site e que passem no “crivo” dos senhores do Sporting, como a última fase” deste “programa de lavagem”…
Diz, então, o Sr. Freitas que necessitava de um período de reflexão, para fazer uma avaliação do trajecto dele no Sporting, porque estava a sentir na pele o “enfoque” muito acentuado de que tudo o que estava a correr menos bem no Sporting se devia a ele e pretendia questionar-se até que ponto a sua presença estaria a ser benéfica.
Ora, eu, por norma, sou apologista da tese que defende que estas reflexões se fazem no final de cada época, quando se faz um balanço da mesma e não à primeira contestação que 20 ou 30 sujeitos lhe fazem no calor da ressaca de um resultado menos positivo. Reflectir quando os jogadores e a equipa técnica atravessam um período menos bom (talvez o pior desde a “era Paulo Bento”) parece-me uma atitude aproximada àquela que os ratos têm quando o navio começa a dar mostras que pode afundar…
Do resto que eu li do que o Sr. Freitas disse, parece-me óbvio e normal e, em vez de ter estado a reflectir, poderia era ter dito o que disse para “apaziguar as hostes”, em vez de achar agora que era importante dar uma justificação pela sua tomada de posição “reflexiva”.
Quanto aos títulos (7 em 7 anos, segundo o Sr. Freitas), queria só lembrar ao Sr. Freitas que o célebre “Projecto Roquette” previa que o Sporting ganhasse 3 campeonatos em cada 5, pelo que 2 em 7, parece-me afastado dessa objectivo…
Agora tenho é que dizer ao Sr. Freitas (apesar de até não o achar responsável por isso - ou pelo menos o principal), que ele não sentiu a dor que “todos sentiram” ao perder a final da Taça UEFA. Não sentiu essa dor, porque não soube o que foi perder um dia inteiro (das 6 até às 21 horas) para comprar um bilhete, gastar dinheiro nesse bilhete, viver a expectativa de um dia inteiro, continuada para a primeira parte do jogo e, em 45 minutos, o “mundo” ruir aos seus pés. Quando muito sofreu a desilusão de um “título” perdido e de menos um bónus na sua conta bancária que, a julgar pelo último que recebeu, deveria ser bem substancial…
O Sr. Freitas também não sabe o que é sofrer pelo Sporting, porque não sofre pelo Sporting desde que se lembra.
Não sabe, porque não ia ao Estádio José Alvalade ver os jogos do Sporting para torcer pela vitória da equipa.
Não sabe, porque nunca foi ver um jogo de uma das muitas modalidades que o Sporting tinha na altura.
Não sabe, porque não sofreu a desilusão de, época atrás de época, não ganhar um título e, ainda assim, manter sempre uma fé inabalável que a glória estava próxima.
Não sabe, porque não viu um campeonato escapar-lhe como areia fina entre as mãos, devido a um jogador ter feito o jogo da vida dele.
Não sabe, porque não lhe doeu a alma quando o antigo Estádio José Alvalade foi demolido.
Não sabe, Sr. Freitas, porque, em suma, vive DO Sporting e não vive nem pode viver O Sporting como uma paixão sem limites, como algo mais que a sua entidade patronal, que lhe paga principescamente e que, quanto mais não fosse por isso, lhe deve ter respeito. A quem o dirige e aos milhares de adeptos que a suportam.
Não, Sr. Freitas, o senhor não sofre com as derrotas do Sporting tanto quanto eu sofro!
Sem comentários:
Enviar um comentário