O Sporting anunciou ontem a contratação de Ricardo Baptista, jovem guarda-redes português que pertencia aos quadros do Fulham, para onde se transferiu muito jovem do Vitória de Setúbal e onde nunca se conseguiu impor. Ricardo, aliás, conta apenas com uma presença pelo Fulham na Taça da Liga (Carling Cup) e foi emprestado por duas vezes: uma ao MK Dons (antigo Wimbledon), onde fez apenas 9 jogos, e outra (por duas épocas) ao Wycombe Wanderers onde contou com 16 presenças na primeira época e 13 na segunda.
Com esta contratação fica definida a primeira aposta para a baliza do Sporting: Rui Patrício.
Como diz um jornalista brasileiro citado muitas vezes por Duda Guennes: «duas coisas não podem falhar: pára-quedas e guarda-redes». Em Portugal, e em especial no Sporting, este dichote serve que nem uma luva.
É um facto que a posição de guarda-redes é ingrata. Depois de 89 minutos imaculados e recheados de defesas impossíveis, se no último minuto errar será essa a imagem que perdurará. Ele pode ser importante para manter o zero na sua baliza, mas a estrela será sempre aquele que facturar o golo decisivo na baliza contrária.
Ideia errada. Em especial no Sporting. Para não se ir mais longe (ao tempo de Cipriano e Artur Dyson), muitas das figuras mais míticas do futebol «leonino» podem ser encontradas na baliza. João Azevedo, Carlos Gomes, Carvalho e Damas são, sem dúvida, algumas delas. Mas também Meszaros e Schmeichel, dois estrangeiros e internacionais de alta craveira, são recordados pela sua qualidade acima da média e pela forma como foram importantes para a conquista de campeonatos.
Aliás, se formos recordar todos os campeonatos nacionais ganhos pelo Sporting, verificamos que as épocas de 1979/80 e 2001/02 mais não são do que uma excepção à regra de uma grande figura na baliza. Com efeito, nestes duas épocas o Sporting alternou a presença na baliza: em 79/80, Fidalgo e Vaz repartiram a posição; em 2001/02, Tiago e Nélson. E se aprofundarmos ainda mais a análise, podemos facilmente verificar que, no primeiro caso, Vaz ainda conseguiu algum protagonismo ao arrancar uma excelente exibição no empate nas Antas, a 4 jornadas do fim, que manteve o Porto à mesma distância do Sporting. Já o segundo caso (2001/2002) explica-se mais facilmente com um nome e um número: Jardel - 42 golos.
Paulo Bento fez uma aposta de risco em Rui Patrício, após a ruptura assumida com Stojkovic. A sua inexperiência e falta de confiança eram evidentes e esse risco foi pago com pontos em alguns jogos e com o desgaste da imagem do jovem guarda-redes. O burburinho nas bancadas quando a bola se aproximava da baliza do Sporting era evidente (e evitável).
Rui Patrício tem todas as qualidades para se impor como guarda-redes principal do Sporting. Tem bons atributos físicos para a posição e tem muito boa técnica. Falta-lhe, obviamente, experiência ao mais alto nível e rotina com os seus colegas da defesa, algo que só poderá adquirir com os jogos. Falta-lhe, também, alguém com mais experiência na posição para que possa amadurecer mais rapidamente. Não me parece, salvo melhor opinião, que esse alguém possa estar na equipa técnica do Sporting ou sequer que seja o Tiago, que passou grande parte da sua carreira no banco. Creio que a contratação ideal para completar o quadro de guarda-redes do Sporting seria alguém com experiência, que pudesse ajudar Rui Patrício a evoluir, mas que pudesse também assegurar que seria uma alternativa com segurança em caso de ser chamado á titularidade.
Para 2008/2009 Paulo Bento entrega a Rui Patrício a titularidade da mesma forma que, de acordo com a mitologia, Zeus castigou Atlas, obrigando-o a carregar o céu sobre os seus ombros. Resta, então, a Rui Patrício corresponder com as suas qualidades, ganhar confiança e maturidade, contar com a colaboração dos seus colegas e equipa técnica e também (e não menos importante) com o apoio de todos os sportinguistas, para que, no final, Rui Patrício venha a ser lembrado tal como o são Azevedo, Carlos Gomes, Carvalho e Damas - um «titã» das balizas!
Foto: Record
Com esta contratação fica definida a primeira aposta para a baliza do Sporting: Rui Patrício.
Como diz um jornalista brasileiro citado muitas vezes por Duda Guennes: «duas coisas não podem falhar: pára-quedas e guarda-redes». Em Portugal, e em especial no Sporting, este dichote serve que nem uma luva.
É um facto que a posição de guarda-redes é ingrata. Depois de 89 minutos imaculados e recheados de defesas impossíveis, se no último minuto errar será essa a imagem que perdurará. Ele pode ser importante para manter o zero na sua baliza, mas a estrela será sempre aquele que facturar o golo decisivo na baliza contrária.
Ideia errada. Em especial no Sporting. Para não se ir mais longe (ao tempo de Cipriano e Artur Dyson), muitas das figuras mais míticas do futebol «leonino» podem ser encontradas na baliza. João Azevedo, Carlos Gomes, Carvalho e Damas são, sem dúvida, algumas delas. Mas também Meszaros e Schmeichel, dois estrangeiros e internacionais de alta craveira, são recordados pela sua qualidade acima da média e pela forma como foram importantes para a conquista de campeonatos.
Aliás, se formos recordar todos os campeonatos nacionais ganhos pelo Sporting, verificamos que as épocas de 1979/80 e 2001/02 mais não são do que uma excepção à regra de uma grande figura na baliza. Com efeito, nestes duas épocas o Sporting alternou a presença na baliza: em 79/80, Fidalgo e Vaz repartiram a posição; em 2001/02, Tiago e Nélson. E se aprofundarmos ainda mais a análise, podemos facilmente verificar que, no primeiro caso, Vaz ainda conseguiu algum protagonismo ao arrancar uma excelente exibição no empate nas Antas, a 4 jornadas do fim, que manteve o Porto à mesma distância do Sporting. Já o segundo caso (2001/2002) explica-se mais facilmente com um nome e um número: Jardel - 42 golos.
Paulo Bento fez uma aposta de risco em Rui Patrício, após a ruptura assumida com Stojkovic. A sua inexperiência e falta de confiança eram evidentes e esse risco foi pago com pontos em alguns jogos e com o desgaste da imagem do jovem guarda-redes. O burburinho nas bancadas quando a bola se aproximava da baliza do Sporting era evidente (e evitável).
Rui Patrício tem todas as qualidades para se impor como guarda-redes principal do Sporting. Tem bons atributos físicos para a posição e tem muito boa técnica. Falta-lhe, obviamente, experiência ao mais alto nível e rotina com os seus colegas da defesa, algo que só poderá adquirir com os jogos. Falta-lhe, também, alguém com mais experiência na posição para que possa amadurecer mais rapidamente. Não me parece, salvo melhor opinião, que esse alguém possa estar na equipa técnica do Sporting ou sequer que seja o Tiago, que passou grande parte da sua carreira no banco. Creio que a contratação ideal para completar o quadro de guarda-redes do Sporting seria alguém com experiência, que pudesse ajudar Rui Patrício a evoluir, mas que pudesse também assegurar que seria uma alternativa com segurança em caso de ser chamado á titularidade.
Para 2008/2009 Paulo Bento entrega a Rui Patrício a titularidade da mesma forma que, de acordo com a mitologia, Zeus castigou Atlas, obrigando-o a carregar o céu sobre os seus ombros. Resta, então, a Rui Patrício corresponder com as suas qualidades, ganhar confiança e maturidade, contar com a colaboração dos seus colegas e equipa técnica e também (e não menos importante) com o apoio de todos os sportinguistas, para que, no final, Rui Patrício venha a ser lembrado tal como o são Azevedo, Carlos Gomes, Carvalho e Damas - um «titã» das balizas!
Foto: Record
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