segunda-feira, 12 de maio de 2008

Tri...quê?



Diz o velho jargão que «as contas fazem-se no fim». As do campeonato fazem-se, por isso, agora.

O Sporting garantiu ontem, pela terceira vez consecutiva, a entrada directa na Liga (dita) de Campeões, devido ao facto de ter terminado estas três últimas épocas em 2º lugar. Motivo de regozijo, mas não tanto...

Não tanto que motive manchetes de «tris» (sejam eles de «Leão» ou de «Champions»). Tri de Leão seria ser tri-campeão. Ou seria vencer campeonato, Taça de Portugal e Taça da Liga. TriChampions seria outra coisa ainda bem melhor, mas mera miragem...

Tri-Vice...não é nada...

Não façamos do 2º lugar do Sporting nada de mais importante do que isso mesmo. Um 2º lugar que dá acesso a um «euromilhões» de 5 milhões de euros, porque prestígio para o clube é «zero».

Todos sabemos que há segundos lugares e segundos lugares. E este foi bem diferente, p.ex., do segundo lugar da época passada...

Este segundo lugar foi mais fruto de demérito alheio do que de mérito nosso, convenhamos.

7 derrotas não é registo digno de um candidato ao título (tantas quanto o Vitória Setúbal, apenas mais uma do que o Belenenses e mais duas que o Braga). Em especial se tivermos em atenção que foram todas sofridas em jogos fora, dos quais ainda temos no registo 4 empates (tantos quantas vitórias). O percurso fora do Sporting, nesta época, contrastou com o de épocas passadas e pouco melhor é do que, p.ex., o do Nacional (3v, 5e e 7d).

Em contraponto, temos o registo em casa (12v, 3e, 0d) em que, apesar de sofrermos 10 golos (mais 3 que o Porto e tantos quantos o Benfica), fomos a equipa mais concretizadora.

Estes números (sem querer entrar em resultados jornada a jornada) espelham aquilo que foi o Sporting 2007/08 - irregularidade, inconsistência e uma época mal preparada.

Não formulando juízos de valor que se prendem com critérios de natureza técnica, táctica e/ou disciplinar (como, p.ex., a opção por Rui Patrício em detrimento de Stojkovic ou porque Pereirinha, não obstante as boas exibições registadas, regressou rapidamente ao banco), chegamos ao final do campeonato com a certeza que apenas duas aquisições efectuadas valeram a pena (Vukcevic e Izmailov) e que não temos, pelo menos, 18 jogadores com capacidade para entrarem e jogarem...«à Sporting».

Se pensarmos nisto e pensarmos no que foi a época 2007/2008 até agora (apenas com a final da Taça de Portugal para disputar e que, na melhor das hipóteses, fará com que esta época traga tantos títulos como a anterior) e verificarmos: a) que perdemos a Taça da Liga, efectuando uma exibição miserável, no desempate por grandes penalidades contra o Setúbal; b) que fomos eliminados da Champions quando, p.ex., uma vitória em casa frente à Roma e um empate no Olímpico da «Cidade Eterna», perfeitamente ao alcance do Sporting, garantiam o segundo lugar no grupo; c) que a equipa do Rangers, que irá estar presente na final da Taça UEFA, não é nada superior ao Sporting; não podemos deixar de sentir um gosto amargo na boca, pois sentimos que, com um pouco mais de equipa, com um pouco mais de experiência e com um pouco mais de trabalho, poderíamos ter conseguido uma época bem mais positiva. E, quiçá, com o mesmo orçamento...

É a velha teoria do copo meio-cheio ou meio-vazio...

Enfim, esta época foi, para contrariar o treinador do Sporting, uma época de pouca...tranquilidade, mas que não se poderá repetir para a época que vem.

A história do futebol português mostra-nos que, no fundo, a alternância no título faz-se a duas equipas. E o Sporting terá de ser uma delas já a partir da próxima época.

Na próxima época, então, ficarei feliz com o acesso automático à Liga dos Campeões...

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