Vitor Constâncio esteve recentemente no Parlamento, a explicar aos deputados a razão pela qual o Banco de Portugal não interveio mais cedo na grave crise que assola o BPN.
O Governador do Banco de Portugal, defendeu-se como pôde. Das desculpas mal amanhadas que deu, uma coisa reti: “estou de consciência tranquila”.
Ora ainda bem pensei eu. Porque em Portugal pode-se fazer todo o género de barbaridades, corromper, ser-se incompetente, mentiroso, aldrabão, vigarista, ladrão, desviar dinheiro, não pagar ordenados, eu sei lá. Mas os responsáveis quando são chamados a prestar declarações dizem com a maior das calmas, com o maior desplante “estou de consciência tranquila”.
Foi o que aconteceu Domingo passado em Alvalade. Bruno Paixão deu um festival de má arbitragem, errando para os dois lados. Os dois treinadores foram unânimes em dizer que foi uma má arbitragem, a crítica escrita e falada, concordou. Todos os que viram pela televisão ou no Estádio alinharam pelo mesmo ponto de vista (aqui vou excluir o advogado, jornalista, escritor e comentador de televisão Miguel Sousa Tavares que viu todas as faltas a favor do seu clube).
Bruno Paixão quando solicitado a comentar o seu desempenho no jogo, não adiantou muito pois disse que os regulamentos o impediam de falar, mas não deixou de dizer “estou de consciência tranquila”. Fantástico, pensei eu. E foi mais longe: “Sei que tenho valor para estar onde estou e que posso chegar longe”. Confesso que fiquei assustado.
Se este homem já faz isto agora, nem quero imaginar o que ele é capaz de fazer se chegar “longe”.
Por sua vez também o observador do jogo Albano Fialho que deu ao árbitro nota 3, porque diz ele viu o jogo no Estádio e só tinha 30 minutos para enviar por sms o resultado dessa avaliação. A mim parece-me que ele viu o jogo atrás do painel do resultado, daí não ter visto em campo o que alguns viram, além de que se tinha meia-hora para enviar o resultado, deveria ter visto nas várias televisões que existem no Estádio, algum lance que lhe suscitasse dúvidas. Meia-hora ainda dava para isso Mas depois fiquei descansado. É que o homem referiu que estava de consciência tranquila.
E cá vamos andando neste Portugal tranquilo de gente tranquila, que faz o que bem quer e lhe apetece, porque neste país a “culpa morre sempre solteira”. E em breve tudo se vai esquecendo.
E falam do Paulo Bento quando ele diz “com tranquilidade”…
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